Gritos de
solidão
Onde
estão os ecos de meus pensamentos?
Para
onde foram os meus sonhos utópicos?
Quais
as figuras das teias tecidas pelas redes das minhas histórias?
Em
que emaranhado mundo enfiei o meu mundo?
Com
que mundo dialoguei?
Onde
me cabe nesta paisagem?
Não
sei, não sei...
Tropeços,
arranhões e as Cruzes.
Cruz
da migração.
Cruz
da expulsão.
Da
não diferenciação.
Da
partida, da perda, do silêncio, do excesso de amor, e, de ódio, porque não?
Do
medo dos medos
Dessa tal amizade com a solidão.
Imparidade
crucial?
Imparidade
de uma vida, no plural das vidas.
Habitat
de tesouros, sem valor nenhum, na vida.
Companhia
única de uma alma só.
Delineada
por uma vida, também só.
Na
multiplicidade de vidas
Uma vida impar...
Dialogar
com outra solidão igual,
Novas e talvez ultime utopia...
Buscar novas respostas?
Renovar perguntas?
Será
a morte essa tal solidão?
Será
ela, a única parceira nesta pulsão solitária de vida?
Será
ela, a gentil dama, companheira desta alma tão só?
Izabel Antunes
2010
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