sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Princesas negras

Izabel Antunes de Sousa Lopes
Arte em jornal: Negra Fulou
Reaproveitamento de materiais
Data 28 de janeiro de 2016
POEMAS PARA FULOU

Não sei se sou branca ou sou preta
Mas, linda ...
Linda mesmo, é Fulou!
Ê negra bonita!

Ah, Fulou
Negra que não anda, desliza.
Fala pouco, a Fulou
Gosta mesmo é de prosear
Porque pra ela prosear é mais que falar
É com versa
É troca de verso...

Ah Fulou, quando chegou,
Me fez ate perguntar:
Será só de Fulou, o doce dom de encantar?
Onde passa,
Quando proseia
Quando desliza
Quando versa?

Não sei. 
Só sei que, 
quando vejo Fulou,
Volto sempre a perguntar:
Não sei se sou branca ou sou preta
Mas, linda ...
Linda mesmo, é Fulou!
Ê negra bonita!
Enche o meu olharPrincesas negras
De saias e de sorrisos
Estrelados ao se movimentar.

Ah Fulou!
Izabel Antunes

domingo, 3 de janeiro de 2016

PPP

CONVERGÊNCIA ENTRE PPP. PLANO DO PROFESSOR E PLANO DO DIRETOR


                                               “A pobreza é o processo de repressão do acesso àquilo que                                                            a sociedade produz” (DEMO 1984:18)

            A expressão acima indica a importância da acessibilidade aos conhecimentos das tecnologias como item básico na formação da classe mais empobrecida, que se vê com uma carência ainda maior do que a da fome e da miséria: a de espírito crítico, ou seja, a pobreza política.
            Ao tratar da pobreza política, Genésio, 2008, p.35, diz que esta se manifesta em nome da exigência da qualidade e que a dificuldade de se trabalhar essa carência se dá porque ela deve partir do interesse do real interessado: o pobre. Este trecho me pareceu que se o pobre não reconhece a importância de se buscar o conhecimento político ou ainda não teve necessidade disso em sua vida cotidiana, ele pode só passar pela vida sem entender nada desta, ou de acordo com as finalidades de seus sonhos ele buscar entendimentos e superar essa carência, através dos veículos a ele destinados, pelo Estado.
            Um desses veículos de acessibilidade a esse conhecimento é a Escola, que funciona como aparelho ideológico do Estado tem como marco referencial, buscará a manutenção da ordem (status quo) estabelecida historicamente pelos sistemas economicamente dependentes, no contexto brasileiro, que culminou com o capitalismo neoliberal, gerador de contrastes que vivemos hoje, têm nos planejamentos as ferramentas de intervenção nessas realidades.
            O que acontece segundo Genésio, 2008, p.35, há uma relação de subordinação do planejamento comprovado pela relação dialógica entre política, planejamento e legislação, que têm entre si interfaces diferentes, porém são interligados politicamente  e que ainda segundo (HORTA, 1991:195) essa subordinação a  política educacional se dá por que se planeja para implementar políticas e que o planejamento a legislação e a política estão condicionados as condições reais de cada contexto histórico, ou seja ao tipo de Estado em que esta relação se dá, liberal, neo liberal, ditador...
            Todos os fatores que auxiliam a elaboração de um planejamento são importantes e a administração é um deles segundo este autor, nesta manifestarão visões de mundo de pessoas e de tipo de sociedade que deveriam ser coerentes entre si para obtenção dos fins. O planejamento escolar é uma das atividades que a administração engloba, sendo esta  composta por: Planejamento, organização avaliação e direção, hoje gestão.
            Segundo Genésio p.43. O princípio da gestão democrática é o planejamento/ppp, cuja intencionalidade deve ser a transformação de realidades. Como ação intencional do sujeito esta está ligada á necessidade do sujeito de superar um determinado obstáculo e que essa necessidade pode estar ligada ao foco da vontade, aos motivos conscientes que envolvem as dimensões da vida humana, como física, afetiva, estética lúdica, espiritual, econômica, social, política, cultural etc., bem como aos inconscientes: pulsão, tendência e desejo.
            O que é importante segundo o autor e definir o que são os objetivos e as finalidades. O objetivo se refere à àquilo que o sujeito delineia para sanar suas necessidades. È o que se pretende alcançar. E finalidade é mais ligado a valores aos princípios a rumo e é inesgotável no tempo e no espaço. Os objetivos são esgotáveis no tempo, mais próximos das realidades imediatas, as finalidades chegam a ser um pouco utópicas,  pois seus fins são mais abrangentes, fins para a vida na vida....
            Quanto ao planejamento as perguntas o que queremos?; a que distancia estamos do que almejamos?; devem ser sempre retomadas pois são nortes para as avaliações... Chave das evoluções... Em sua composição o marco referencial o diagnostico e a programação.
            O PPP deve ser não alienante e não alienado sendo um instrumento que possibilite ação e reflexão, portanto não pronto e acabado, devendo ser repensado sempre e, à luz de teorias e de realidades.
            Entender o PPP é o primeiro passo para a busca de mudanças, pois ele parte da dialética de duas lógicas: a do desejo/sonho e a da ação, gerando aí a dinâmica das ações e em conseqüência, das transformações.
            É o plano global da Escola e parte do marco referencial (filosofia da escola), se divide em: marco situacional (resulstado sócias, sentir se no mundo e perceber se no mundo...).
             O marco doutrinal e a hora da tomada de postura embasada nas teorias e define qual o tipo de pessoa e de sociedade se quer construir. É o projeto político. É o lado que a escola decidirá atuar para contribuir, do lado dos mais empobrecidos/excluídos ou da manutenção do status quo.
            O marco político é a hora de pensar tecnicamente para atingir os fins (sócio/ políticos). É o projeto (marco) pedagógico e envolve análises de como a criança aprende como ensinar e uma teoria do conhecimento. (didática).
            Se finalidades vão além de realizarem objetivos ou de propô-los sendo que a essência de sua consecução são os fins almejados para a vida e não para a realização de tarefas, o diagnóstico vai além da identificação ou levantamento de problemas, ele deve ser o momento de estabelecer o que vai bem/mal, aonde se quer chegar, que distancia já se caminhou, quais as necessidades devem ser priorizadas para que a distancia entre o que se almeja (marco referencial) e o que se tem de real, possa ser diminuída.
            Todos os planos: diretor, do professor, da escola devem estar apoiados/ancorados no marco referencial, pois este é o que deve nortear as ações visto que é nele que estão delineados os referenciais de que escola queremos e de que tipo de sociedade/pessoa essa escola quer construir.Então ao definirem os seus marcos operativos, professores, escola,diretor coordenador não devem se desvincular dos fins pensados no marco referencial e quando cada um definir a sua estrela/sonho elas devem estar indo em direção a mesma constelação onde esta a da escola/PPP, daí a importância das tomadas de decisões na hora da construção/modificações do Projeto Político Pedagógico de forma participativa (todos os segmentos envolvidos).
            Especificamente no caso do professor de educação infantil, a definição de seu marco começa na situacionalização deste dentro do projeto da Escola, para que esse possa saber como contribuir para o alcance das finalidades estabelecidas no marco referencial desta....
            Como convergência do estudo fica que, o momento da criação do marco referencial é o momento dos conflitos, das divergências, dos confrontos, as divergências e as congruências de idéias/sonhos, é onde os marcos operativos se interrelacionarao e definirão as suas limitações, avaliarão suas posturas, concepções e suas reais possibilidades...
            São nesses confrontos das estrelas que se devem buscar as possibilidades reais de realização dos sonhos... E conforme Inez Cunha, citada por Dalmás (1994, p.81) “precisamos de uma consciência muito sólida e de muita convicção para suportar a s criticas e as pressões, mantendo–nos firmes naquilo que queremos. Ao que eu complemento “e encontrando coragem para enfrentamentos nesse campo de força que é a organização/reorganização do sistema escolar...”.