CONVERGÊNCIA
ENTRE PPP. PLANO DO PROFESSOR E PLANO DO DIRETOR
“A
pobreza é o processo de repressão do acesso àquilo que a
sociedade produz” (DEMO 1984:18)
A expressão acima indica a
importância da acessibilidade aos conhecimentos das tecnologias como item
básico na formação da classe mais empobrecida, que se vê com uma carência ainda
maior do que a da fome e da miséria: a de espírito crítico, ou seja, a pobreza
política.
Ao tratar da pobreza política,
Genésio, 2008, p.35, diz que esta se manifesta em nome da exigência da
qualidade e que a dificuldade de se trabalhar essa carência se dá porque ela
deve partir do interesse do real interessado: o pobre. Este trecho me pareceu
que se o pobre não reconhece a importância de se buscar o conhecimento político
ou ainda não teve necessidade disso em sua vida cotidiana, ele pode só passar
pela vida sem entender nada desta, ou de acordo com as finalidades de seus
sonhos ele buscar entendimentos e superar essa carência, através dos veículos a
ele destinados, pelo Estado.
Um desses veículos de acessibilidade
a esse conhecimento é a Escola, que funciona como aparelho ideológico do Estado
tem como marco referencial, buscará a manutenção da ordem (status quo)
estabelecida historicamente pelos sistemas economicamente dependentes, no
contexto brasileiro, que culminou com o capitalismo neoliberal, gerador de
contrastes que vivemos hoje, têm nos planejamentos as ferramentas de
intervenção nessas realidades.
O que acontece segundo Genésio,
2008, p.35, há uma relação de subordinação do planejamento comprovado pela
relação dialógica entre política, planejamento e legislação, que têm entre si
interfaces diferentes, porém são interligados politicamente e que ainda segundo (HORTA, 1991:195) essa
subordinação a política educacional se
dá por que se planeja para implementar políticas e que o planejamento a
legislação e a política estão condicionados as condições reais de cada contexto
histórico, ou seja ao tipo de Estado em que esta relação se dá, liberal, neo
liberal, ditador...
Todos os fatores que auxiliam a
elaboração de um planejamento são importantes e a administração é um deles
segundo este autor, nesta manifestarão visões de mundo de pessoas e de tipo de
sociedade que deveriam ser coerentes entre si para obtenção dos fins. O
planejamento escolar é uma das atividades que a administração engloba, sendo
esta composta por: Planejamento, organização
avaliação e direção, hoje gestão.
Segundo Genésio p.43. O princípio da
gestão democrática é o planejamento/ppp, cuja intencionalidade deve ser a transformação
de realidades. Como ação intencional do sujeito esta está ligada á necessidade
do sujeito de superar um determinado obstáculo e que essa necessidade pode
estar ligada ao foco da vontade, aos motivos conscientes que envolvem as
dimensões da vida humana, como física, afetiva, estética lúdica, espiritual, econômica,
social, política, cultural etc., bem como aos inconscientes: pulsão, tendência
e desejo.
O que é importante segundo o autor e
definir o que são os objetivos e as finalidades. O objetivo se refere à àquilo
que o sujeito delineia para sanar suas necessidades. È o que se pretende
alcançar. E finalidade é mais ligado a valores aos princípios a rumo e é
inesgotável no tempo e no espaço. Os objetivos são esgotáveis no tempo, mais
próximos das realidades imediatas, as finalidades chegam a ser um pouco
utópicas, pois seus fins são mais
abrangentes, fins para a vida na vida....
Quanto ao planejamento as perguntas
o que queremos?; a que distancia estamos do que almejamos?; devem ser sempre
retomadas pois são nortes para as avaliações... Chave das evoluções... Em sua
composição o marco referencial o diagnostico e a programação.
O PPP deve ser não alienante e não
alienado sendo um instrumento que possibilite ação e reflexão, portanto não
pronto e acabado, devendo ser repensado sempre e, à luz de teorias e de
realidades.
Entender o PPP é o primeiro passo
para a busca de mudanças, pois ele parte da dialética de duas lógicas: a do
desejo/sonho e a da ação, gerando aí a dinâmica das ações e em conseqüência,
das transformações.
É o plano global da Escola e parte
do marco referencial (filosofia da escola), se divide em: marco situacional
(resulstado sócias, sentir se no mundo e perceber se no mundo...).
O marco doutrinal e a hora da tomada de
postura embasada nas teorias e define qual o tipo de pessoa e de sociedade se
quer construir. É o projeto político. É o lado que a escola decidirá atuar para
contribuir, do lado dos mais empobrecidos/excluídos ou da manutenção do status
quo.
O marco político é a hora de pensar
tecnicamente para atingir os fins (sócio/ políticos). É o projeto (marco)
pedagógico e envolve análises de como a criança aprende como ensinar e uma teoria
do conhecimento. (didática).
Se finalidades vão além de realizarem
objetivos ou de propô-los sendo que a essência de sua consecução são os fins
almejados para a vida e não para a realização de tarefas, o diagnóstico vai além
da identificação ou levantamento de problemas, ele deve ser o momento de
estabelecer o que vai bem/mal, aonde se quer chegar, que distancia já se
caminhou, quais as necessidades devem ser priorizadas para que a distancia
entre o que se almeja (marco referencial) e o que se tem de real, possa ser
diminuída.
Todos os planos: diretor, do
professor, da escola devem estar apoiados/ancorados no marco referencial, pois
este é o que deve nortear as ações visto que é nele que estão delineados os referenciais
de que escola queremos e de que tipo de sociedade/pessoa essa escola quer construir.Então
ao definirem os seus marcos operativos, professores, escola,diretor coordenador
não devem se desvincular dos fins pensados no marco referencial e quando cada
um definir a sua estrela/sonho elas devem estar indo em direção a mesma
constelação onde esta a da escola/PPP, daí a importância das tomadas de
decisões na hora da construção/modificações do Projeto Político Pedagógico de
forma participativa (todos os segmentos envolvidos).
Especificamente no caso do professor
de educação infantil, a definição de seu marco começa na situacionalização
deste dentro do projeto da Escola, para que esse possa saber como contribuir
para o alcance das finalidades estabelecidas no marco referencial desta....
Como convergência do estudo fica
que, o momento da criação do marco referencial é o momento dos conflitos, das
divergências, dos confrontos, as divergências e as congruências de idéias/sonhos,
é onde os marcos operativos se interrelacionarao e definirão as suas limitações,
avaliarão suas posturas, concepções e suas reais possibilidades...
São nesses confrontos das estrelas
que se devem buscar as possibilidades reais de realização dos sonhos... E
conforme Inez Cunha, citada por Dalmás (1994, p.81) “precisamos de uma consciência muito sólida e de muita convicção para
suportar a s criticas e as pressões, mantendo–nos firmes naquilo que queremos”. Ao que eu complemento “e encontrando
coragem para enfrentamentos nesse campo de força que é a
organização/reorganização do sistema escolar...”.