quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Idas e vindas





  1. idas e vindas


Um dia me perguntaram se o mundo era bom
o mundo é bom Izabel?

De mundo bom eu não entendo
Eu as vezes, somente às vezes, o sinto.
Eu o sinto no toque do vento...
quando me toca com suavidade, ou
quando leva minha imaginação para longe...
Quando ele vem
carregado de perfume
me transportando a lugares que antes andei e vivi...
me levando, as vezes, a mim mesma.


Se o mundo é bom ou não
Não sei dizer
Eu sei que dele, eu sou compostagem
Ele me toca,
me ensina,
me mostra,
me comporta...

Ainda não posso responder se o mundo é bom
Sei que nele tem o céu
com as estrelas, brilhando e espelhando o nosso brilho
com as nuvens, seus desenhos que aguçam nossa imaginação
com seu horizonte, anunciando a possibilidade de encontros
inusitados... E protegendo mantalmente...
Um grande telhado, posso dizer que tem o mundo...

E a água, em todo lugar liga o mundo
liga mundos...
È nascente e
é também  guarda nascentes,
Faz brotos e faz brotar...
Há a água...
Em todo lugar,
Ela é... e se torna fonte, de novos mundos...
Um grande leito onde deito e deixo que ela leve minha alma,
lavando e acolhendo...

E as vidas? Fui apresentada a algumas do cerrado...
São flores, borboletas
besouros, cobras, peroba, jatobá...
sem falar nas gabirobas, gravatas e marmelos
muricis, pau terra, pau doce, lixeira, caxeta, jaracatiá e jacarandá...
Se misturam as embaubas, angico, cedros, aroeiras e ipês.
Converso com elas, pergunto também se o mundo é bom
aos veludos,  curriolas, mogno e ao ingá.
O mundo é mesmo bom?
E eu ainda não posso responder por completo
Vejo a vida se manifestando lá através do saputá, araticum, mama cadela, angico,
orvalhada... e do orvalho
Haaa o orvalho...
Mensageiro de mundos
Eu o vejo,
a flor o sente,
o ar o toca,
a água dá lhe vida...

O mundo é isso!
Se ele ´bom ou não?
Não dá prá dizer
Ele é terra,
chão, gente, vida,
Ele é onde a vida e a morte acontece
Bem ou mal,
bom ou ruim,
Nas idas e vindas de vidas
De inanimações,
Que se encontram e diferenciam-se...
Ela acolhe, dá vida e colhe...

Se o mundo é bom, a resposta está nesse movimento,
de mundos...
vivos e mortos...
Ainda tem duvidas se o mundo é bom?



segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Meu jardim


Ontem tentei conversar com meu jardim
tentei, falei, observei, escutei... 
silencio total
instiguei 
oportunizei manifestos e
nada
tudo verde
vergaroso
Calados
mas, lá
no lugar
nos mesmos lugares,,,


Tentei ouvir 
vi 
notei
a cana do macaco
a espada de sao jorge
o coqueiro
a rosa 
com todos eles
tentei conversar....
tentei...


Hoje na conversa  com meu jardim
Ele  
melodioso 
me disse:
Aqui quem reina é a maria sem vergonha!

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Tem dia que a gente acorda com uma vontade de chorar


Tem dia que a gente acorda com uma vontade de chorar
Buscamos a resposta  na janela
Ela, sábia, manda luzes:
Do sol, da manhã, do dia...
A vontade de chorar, fica mais apagada, mas fica lá
Dentro da gente.
Sem encontrar janelas e nem portas...

Ai a gente pergunta para o sol
Ele brilha
E, nos convida a brilhar
Arredonda-se no céu...
A vontade de chorar? Se emolusca
Se encoruja, rola
E sem toques, nada de janelas ou de portas...

Ao sentir o chão
peguntamos a terra,
Ao sentir o vento,
ao banhar, à água.
Ao caminhar, Aos pês
Aos pássaros
As arvores
Vamos perguntado

A gente vai assim
Até que, sem mais, nem menos,
Num repente, a gente,
sente um corpo
Porque essa vontade louca de ainda chorar?
Um corpo que não reage
Apenas apetece
amortece, envivece e diferencia-se.

Tem dia que a gente acorda com uma vontade de chorar
não entendida, repreendida e temida
perguntamos `a nossa alma
Ela responde?
Apenas sinto, também quero chorar!
A gente continua sem querer saber o porquê...


Quando pela volta do dia
Um canto triste,...
Acorda e acende nossa vontade e,
Ela vem, anunciar,
vem naturalmente,
E como a gente temia
materializada em sons que diferenciam
tudo que era incerto
que era sensações
Vira concretude...


De uma árvore,
A gente ouve, em meio a barulhos
e apitos,
solitário, o canto
que se faz em choro,
de um passarinho
Que confirma o que outrora, era medo e paúra
Agora, fez se a ausência,
de seu companheiro, de alma, de transcendências e de simbioses mil...
O poeta menino
Que aqui passou como um passarinho,

A vontade sai e se torna música
cantando e declarando
o seu poder de amar
Como se quisesse
fazer perdurar a arte
de ser passarinho e livre.
A vontade amortecida
se materializa em lágrimas e
em poesias...






quinta-feira, 25 de setembro de 2014

havia um mundo lá

tao longe de mim ele estava lá
me queria
me chamava
as vezes, até me gritava
e eu, olhava
assistia,
queria
mas, não conseguia chegar lá...

havia um mundo lá
havia
eu via
eu sentia
e eu talvez o seria
mas ele estava lá
onde meu toque não o alcançava
onde eu não o ocupava
mas que me chamava

ele dizia vem!
em gritos ele dizia aqui estou!
em sussurros é tao bom aqui...
e em silencio confirmava, sou eu!

meu mundo te ouviu
te sentiu
te quer ser
te quer sentir
quer ser em você
Um pedaço de mim
Um mundo que de tão longe te vê
te assiste
te busca.
te chama, clama,
e te quer...
Para dois mundos lá existirem....


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

a tre vida

tudo que eu queria hoje era dizer que me atrevi
atrevi a pensar que era gente
era gente que ensina
e que ao ensinar aprende
Professora...

mas atrevimento custa caro
custa ver e não comover
ver. sentir e paralisar...

Hoje me atrevo a dizer que
nada de mim reagiu
atrevida
mente...

quarta-feira, 28 de maio de 2014

QUE BOM SERIA


UM DIA PENSEI EXISTIR UM MUNDO DIFERENTE DO MEU...
ASSUSTEI-ME, POIS DESCOBRI EXISTIR APENAS UM MUNDO ENORME...
CONCENTRADO...
UM MUNDO REPLETO DE OUTROS MUNDOS: FIOS DE VIDA
INQUIETOS, ÀS VEZES.
PARALISADOS, MUITAS VEZES.
CONSERVADOS ESTAMOS, EQUILIBRADOS
EM QUASE NADA: AS TEIAS E OS BENDITOS FIOS

ÀS VEZES ME PERGUNTO COMO SERIA SE NÃO DECODIFICASSE ESSE MUNDO DE NADAS?
QUE BOM SERIA...
QUE BOM SERIA SE EU NÃO SOUBESSE QUE ASSÉDIO MORAL, EXCLUSÃO, DESVÃOS SERIAM NATURAIS DESSE MUNDO.
QUE BOM SERIA SE EU NÃO TIVESSE APRENDIDO TÃO CEDO QUE SE MORRE EM VIDA NESSE MUNDO
QUE BOM SERIA SE NÃO EXISTISSEM VIOLAÇÕES DE CORPOS E DE ALMAS
QUE BOM SERIA...

QUE BOM SERIA SE SONHAR FOSSE DIREITO UNIVERSAL
QUE BOM SERIA PODER VIVER
NUM MUNDO VIVO
NOVO
SEM MÉDIAS
SEM RÉDEAS
IMEDIEVAL...

DA MINHA CAVERNA ASSISTO AO MUNDO
SUAS CONSTÂNCIAS E INSISTÊNCIAS
FAZEM DOS MEUS SONHOS

MORBIDEZES...

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Nesse
muro das lamentações, crianças são concebidas e nascem, pois vejo as mulheres grávidas e depois lá de novo, fazendo uso de crack e outras drogas. Pergunto, quando posso, sobre as crianças- onde estão seus três filhos? - Perguntei outro dia. -Ha, tá com minha mãe...um tá lá...mas os outros...sei não... Realmente um fenômeno, aqui em Cuiabá, que cresce e se consolida, frente a falta de políticas que consigam chegar até esse nicho,  e, ...

sábado, 12 de abril de 2014

Tralhas e trilhas...

Quando o meu momento chegar
Quando parar de me movimentar,
Quando meu corpo inerciar,
Quando a ultime hora chegar
Quando a minha vida passar
Jogue fora minhas tralhas...

Jogue fora meus livros com suas traças, 
Jogue os de literatura onde alguma criança passe
Jogue fora, os meus cadernos, com meus eus, não resolvidos
Jogue fora minhas bonecas, com suas tranças e vestes
Jogue fora meus sapatos, com suas fivelas e laços

Jogue fora os meus vestidos, mas antes tire três
Que ainda contam histórias: Um de fuxico, um de laço e outro de fita...
Mas jogue fora os da senhora, da menina e da mocinha.

De alguns trecos
Salve as pedras
Elas firmaram meu caminho, me encontraram nas trilhas
Aprofundaram minhas pegadas.
As correntes, os elos, os anéis e o meu barbante
Deixo a quem se propuser a amar, a se acorrentar e a se amarrar.

Quando meu corpo parar
Quando o meu ultimo contrato terminar
Jogue ao vento minhas palavras, meus gritos, meus silêncios
Jogue ao fogo o meu corpo, para que se torne cinza, pó...
Jogue na terra minhas paixões, valem a pena renascer
Jogue meus sonhos na água, ela saberá onde levá-los

Quando o momento chegar
Jogue fora minhas tralhas

Eu deixo...

segunda-feira, 24 de março de 2014

copa em casa


A mariana
mediçoes

mar de ferros

minucias
Mara eduarda



minha gata


meio fio

minha nina
mais ferro

milho

























quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Dos meus encontros com Ana Arlinda de Oliveira

Ana Arlinda  apresenta: 
mediações possíveis. 
Simples assim...



 Van Gogh,
 Mama África...

 Mônica e Eliane,
Releituras,
 Identificações,
 Criações? Laenisia...
 Liberdade para as caixas...


 Se preciso usa a máscara...
Mas, liberte a criança.
Deixe-a criar
reler
reinventar,
(res) significar e
se identificar com  a beleza que as formas de expressão humanas oportunizam...


Obrigada,
Ana Arlinda!