quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Tem dia que a gente acorda com uma vontade de chorar


Tem dia que a gente acorda com uma vontade de chorar
Buscamos a resposta  na janela
Ela, sábia, manda luzes:
Do sol, da manhã, do dia...
A vontade de chorar, fica mais apagada, mas fica lá
Dentro da gente.
Sem encontrar janelas e nem portas...

Ai a gente pergunta para o sol
Ele brilha
E, nos convida a brilhar
Arredonda-se no céu...
A vontade de chorar? Se emolusca
Se encoruja, rola
E sem toques, nada de janelas ou de portas...

Ao sentir o chão
peguntamos a terra,
Ao sentir o vento,
ao banhar, à água.
Ao caminhar, Aos pês
Aos pássaros
As arvores
Vamos perguntado

A gente vai assim
Até que, sem mais, nem menos,
Num repente, a gente,
sente um corpo
Porque essa vontade louca de ainda chorar?
Um corpo que não reage
Apenas apetece
amortece, envivece e diferencia-se.

Tem dia que a gente acorda com uma vontade de chorar
não entendida, repreendida e temida
perguntamos `a nossa alma
Ela responde?
Apenas sinto, também quero chorar!
A gente continua sem querer saber o porquê...


Quando pela volta do dia
Um canto triste,...
Acorda e acende nossa vontade e,
Ela vem, anunciar,
vem naturalmente,
E como a gente temia
materializada em sons que diferenciam
tudo que era incerto
que era sensações
Vira concretude...


De uma árvore,
A gente ouve, em meio a barulhos
e apitos,
solitário, o canto
que se faz em choro,
de um passarinho
Que confirma o que outrora, era medo e paúra
Agora, fez se a ausência,
de seu companheiro, de alma, de transcendências e de simbioses mil...
O poeta menino
Que aqui passou como um passarinho,

A vontade sai e se torna música
cantando e declarando
o seu poder de amar
Como se quisesse
fazer perdurar a arte
de ser passarinho e livre.
A vontade amortecida
se materializa em lágrimas e
em poesias...